Cerclagem Uterina Laparoscópica

A perda de gestação no segundo trimestre tem como grande causa a incompetência istmo-cervical, que seria uma abertura e encurtamento do colo sem estar em trabalho de parto, acarretando a ruptura prematura de membrana e posterior infecção ascendente. Muitas vezes, essa condição ocorre devido ao parto prematuro ou perda da gestação.

Vários são os motivos que levam a incompetência do colo, como malformação congênita do colo, deficiência de elastina e colágeno ou adquiridos por trauma local, como dilatação por parto anterior a cirurgias no colo (cone, traquelectomia, caf).

O encurtamento do colo uterino pode ser visto nas ultrassonografias de rotina. Geralmente nesta fase são tentados preçários ou cerclagem via vaginal. A cerclagem uterina por via abdominal laparoscópica é uma boa opção no insucesso de uma dessas técnicas em gravidez anterior. A melhor época para realização da cerclagem uterina laparoscópica seria antes de engravidar, ou no caso de já estar grávida no período entre a 12ª e 16ª semana de gestação.

A grande vantagem de fazer o procedimento antes de engravidar, é poder fazer uma cerclagem calibrada com vela de hegar no. 8 e manipulação uterina. Além disso, há um menor risco de sangramento e também conta com a não exposição ao trabalho de parto prematuro por algum fator traumático desencadeante.

A cerclagem pela via abdominal laparoscópica possui algumas vantagens em relação à via vaginal. A fita para cerclagem por via abdominal é manipulada em ambiente asséptico, diferente da via vaginal que pode levar a uma colonização desta. Assim, a paciente é liberada para engravidar naturalmente logo após o período de recuperação do procedimento (geralmente 1 mês). A cerclagem uterina por via abdominal também pode ser realizada por cirurgia robótica. O único fator que dificulta esta via é o custo mais elevado comparado à laparoscopia.