Traquelectomia

É o procedimento cirúrgico de pequeno porte onde se resseca o colo uterino em maior ou menor quantidade tecidual dependendo de cada caso, bem diferente de uma traquelectomia radical que é uma cirurgia de grande porte. Esta cirurgia é realizada na maior parte das vezes como tratamento de lesões classificadas como pré-neoplasicas, ou seja, existe uma alteração celular vista na colpocitologia e/ou na biópsia guiada por colposcopia onde a célula deixou de ser normal, porém esta alteração ainda não deu a capacidade a esta célula de invadir tecido local ou corrente sanguínea que a classificariam como câncer. Também utilizamos a traquelectomia para diagnóstico de lesões  em canal de colo uterino não vistas na colposcopia, mas persistentes e graves na classificação de colpocitologia. E em casos muito específicos devido a sua rarirade podemos utilizar como tratamento de câncer de colo uterino de estádio inicial IA1 sem invasão linfovascular, e em alguns trabalhos científicos já com invasão linfovascular somada a técnica do linfonodo sentinela.

Em tamanho de espécime retirado e que acabam sendo enquadrados como traquelectomia, temos a CAF (cirurgia com bisturi de alta frequência) onde utilizamos uma alça para ressecarmos a lesão, trata muito bem lesões pequenas e em mãos experientes pode ser utilizada para ressecar lesões de canal, onde preferencialmente optamos por conização a frio, ou seja, cirurgias com bisturi a frio com retirada mais ampla de material seriam as conizaçoes utilizadas para lesões maiores e que adentrem ao canal.

Por tratar-se  de um procedimento rápido de pequeno porte cirúrgico, geralmente é feito com anestesia local e sedação, em poucos casos com anestesia geral com máscara laríngea ou raquianestesia. Por utilizar técnicas modernas de cirurgia e anestesia, a recuperação é muito rápida com alta hospitalar no mesmo dia do procedimento, ou seja, a cirurgia é realizada em regime de hospital dia.

No pós-operatorio  é orientado um repouso relativo, que permite a paciente deambular pequenas distâncias imediatamente após o procedimento até voltar ao ser normal caso não tenha sangramento vaginal. A paciente tem alta do hospital com um tampão vaginal que ira ser retirado em casa ao acordar do dia seguinte ao procedimento realizado. A cicatrização do colo uterino residual se dá por segunda intenção,  ou seja, é preciso que se forme um novo epitélio na área da cicatriz e isto pode levar até cerca de 2 a 3 meses dependendo do tamanho do colo ressecado. Neste período orientasse a não ter relação sexual via vaginal devido a possibilidade de aumento no sangramento vaginal gerado pelo trauma no local da cirurgia ainda em cicatrização,  a vagina e útero são órgãos bem vascularizados. Após este período a vida sexual esta liberada e a cirurgia não trás nenhuma alteração em relação ao desejo sexual, lubrificação ou prazer da mulher. O afastamento médio do trabalho é de 7 a 10 dias, caso a paciente tenha uma atividade que demande esforço físico intenso e ainda apresente sangramento vaginal extendemos o afastamento por até 30 dias.

Em geral solicitamos que a paciente aguarde o resultado histopatológico da Traquelectomia para definir se só este procedimento foi suficiente ou necessitamos de um novo procedimento para tratarmos a doença. A tentativa para engravidar fica liberada após uma colpocitologia de controle com resultado normal em 6 meses.