Conhecida como esterilização feminina definitiva voluntária. A cirurgia mais comum realizada em trompas é a Laqueadura tubária que tem como objetivo obstruir de forma definitiva a passagem de óvulo e esperma pela trompa impedindo o seu encontro e, desta forma, evitando a gravidez. A taxa de sucesso é de 99%, ou seja, existe um risco de recanalização da trompa de 0,5 a 1 % das pacientes.
São cirurgias de pequeno porte, em geral simples, que com uso da laparoscopia (cirurgia minimamente invasiva) permitem uma recuperação rápida em regime de hospital-dia (alta hospitalar no mesmo dia do procedimento) e retorno precoce às atividades. A necessidade de uso de analgésico no pós-operatório será curta devido a técnica cirúrgica pouco invasiva, permitindo à paciente deambular precocemente, dirigir um carro com 7 dias e fazer exercícios em cerca de 15 dias após a cirurgia.
A cirurgia é realizada através de duas a três pequenas incisões no abdome, por onde é feito a insuflação da cavidade abdominal, dando acesso a câmera e passagem de pinças que irão clampear a trompa com um anel ou clip sob visão. Os riscos da cirurgia são os mesmos (sangramento, infecção, lesão de órgãos intra-abdominais) de qualquer outra cirurgia, porém com incidência proporcionalmente reduzida ao porte da cirurgia, ou seja, é uma cirurgia com pouca taxa de complicação.
Na maioria dos casos a menstruação se mantém inalterada após a laqueadura. Algumas pacientes relatam um pequeno aumento no volume ou cólica pós procedimento. Não há risco de maior ganho de peso após esta cirurgia. Existem técnicas de laqueadura reversível ou irreversível, dependendo de como foi realizada a laqueadura é possível tentar reverter realizando a salpingoplastia, para que a paciente volte a tentar engravidar de forma natural, com uma taxa de sucesso de 70 % num período de 6 meses a 1 ano. Porém a grande maioria das laqueaduras tubárias não são reversíveis, sendo uma forma de esterilização definitiva.
O retorno das relações sexuais é liberado conforme a sensação de bem-estar da paciente, ou seja, será quando a paciente não tiver mais dor e passar a ter desejo de ter relação. A paciente que fez a cirurgia não possui mais a necessidade de usar anticoncepcional para evitar uma gravidez não planejada. Entretanto, a paciente pode usar o anticoncepcional se tiver como intuito o controle para ausência ou diminuição de menstruação ou dor abdominal da menstruação, que já tinha prévia a laqueadura, ou seja, não tem relação com o procedimento realizado.
Existem algumas regras no Brasil para realização de laqueadura que são:
- Ter mais de 25 anos e pelo menos 2 filhos vivos;
- Preencher um documento conhecido como consentimento informado e reconhecer em cartório a assinatura da paciente e do cônjuge, quando casada;
- Parecer psicológico;
- Pedido do médico ou juiz para incapacitados.