A curetagem uterina e a histeroscopia são exames que podem ser utilizados para investigar uma alteração dentro da cavidade uterina. Diferente do colo uterino que é facilmente visualizado e tem exame de prevenção, o restante do útero não dispõe de exame para prevenção, sendo realizado somente após alguma suspeita de alteração que o justifique.
A paciente procura o médico por queixa de sangramento irregular ou pós-menopausa, o que normalmente gera uma ultrassonografia transvaginal para poder avaliar as causas mais comuns desta queixa. Vista uma alteração na ultrassonografia ou outro exame de imagem, é necessário estudar a cavidade uterina, que pode ser por curetagem uterina ou histeroscopia.
A curetagem é um raspado de todas as paredes da cavidade uterina sem visualização direta desta feita sob anestesia, onde o material retirado é enviado para exame histopatológico (biópsia).
A histeroscopia é um exame onde, através de uma câmera fina que penetra pelo colo e canal uterino sob sedação ou não, é possível visualizar com aumento numa tela a todas as paredes do interior da cavidade uterina. Pode ser diagnóstica onde o exame é feito como investigação de uma queixa; ou cirúrgica, quando já se sabe que existe a alteração e a histeroscopia será a forma de tratamento. Localizada a alteração, é realizada uma biópsia tecidual com pinça ou ressectoscópio direcionada e orientada sob visão da projeção na tela da imagem gerada pela câmera dentro do útero. Tanto a curetagem uterina, quanto a histeroscopia são feitos no regime ambulatorial ou hospital-dia (a paciente não necessita ficar internada). O procedimento em geral tem cerca de 30 minutos de duração. Após a recuperação anestésica, a paciente recebe alta hospitalar. É importante que tenha um acompanhante para levá-la para casa, para que neste dia a mesma não dirija veículo automotivo. No pós-operatório, recomenda-se repouso por 24 horas e uso de analgésico comum por 1 a 3 dias. A histeroscopia não interfere na gravidez futura, na verdade, em muitos casos ela é realizada como forma de tratamento que irá aumentar a chance de engravidar. A paciente pode estar sangrando em pouco volume no dia do exame, porém o ideal é que não esteja menstruando grandes volumes pois isso irá dificultar a visualização da cavidade uterina.
Após a ressecção de pólipos ou outra cirurgia por histeroscopia, a paciente pode ter sangramento de pequeno volume por até 2 semanas. O que não pode acontecer é a paciente ter dor abdominal de forte intensidade que não alivia com analgésico comum, febre ou corrimento fétido. Nesses casos, é importante entrar em contato com o médico tão logo tenha iniciado os sintomas.
Dr. Marcelo Biasi Cavalcanti tem amplo domínio das técnicas de curetagem e histeroscopia e suas indicações, trabalhando em serviço de referência há anos.
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