Exenteração pélvica são cirurgias de grande porte onde em função da apresentação da doença, é necessário como forma de tratamento curativo ou paliativo ressecar no mesmo ato mais de um órgão pélvico. Classificamos em anterior – bexiga e útero; posterior útero e retossigmóide, ou total bexiga, útero e retossigmóide. Com relação a musculatura pélvica, supra ou infraelevador do ânus, nesta última podendo também ser estendido para vulva.
No câncer de colo uterino podemos utilizar essa cirurgia como resgate de uma recidiva de câncer que foi previamente tratada com quimioradioterapia. Apesar de existir o uso paliativo para controle de sintomas (dor ou fístula), tenho como boa indicação na tentativa de cirurgia curativa quando usamos de determinados critérios para seleção da paciente candidata. Por ser uma cirurgia extensa, com risco proporcional a sua extensão e um grau importante de alteração na qualidade de vida pelo uso definitivo de ostomias, urinária e/ou fecal a paciente deve estar previamente ciente e concordar com as mudanças corporais acarretadas por este tratamento.
No câncer de endométrio ou ovário ou mesmo na endometriose a ressecção de útero com parte da bexiga ou retossigmoide pode fazer parte do tratamento cirúrgico inicial, e deve ser realizada sempre que for possível a obtenção de margens livres e citorredução completa pois este tratamento irá impactar na chance de cura da paciente.
Não existe um limite de idade para a exenteração pélvica. Existe limitação pela apresentação da doença, por exemplo: pacientes com invasão do nervo ciático, hidronefrose bilateral, infiltração parametrial extensa até parede óssea, linfonodos paraaórticos comprometidos e presença de doença a distância não são candidatas a esta cirurgia com intenção de cura.